“Sua vida pessoal é uma coisa, aqui dentro da empresa é outra. Você precisa ser profissional” – Essa frase pode ser inconcebível para você quando relacionada a sexualidade e a vida particular no geral, porém é presente em muitas organizações, principalmente quando se referem a pessoas LGBT+ no mercado de trabalho.

É possível manter nossa sexualidade fora do local de trabalho?

Ainda existem pessoas que argumentam que a sexualidade deve ser mantida fora do local de trabalho, mas na realidade sinalizamos aspectos de nossa identidade de gênero e orientação sexual constantemente quando por exemplos falamos de planos para o final de semana em família ou no modo como nos vestimos e falamos. Esconder parte de quem somos pode nos afetar psicologicamente e no modo como nos relacionamos profissionalmente.

Para traçar um plano de carreira é necessário autoconhecimento. Entender o que você quer para o seu futuro, para o futuro das pessoas que você vai impactar com o seu trabalho e consequentemente para o mundo. Compreender com o que você tem afinidade, a disciplina da graduação que mais desperta o seu interesse, em qual setor você se enxerga atuando e o seu propósito de vida (profissional e pessoal). Estabelecer seus valores e missões individuais para que se alinhe aos valores e missões de uma empresa. Logo, se torna impossível viver uma vida dupla entre uma personalidade para o ambiente de trabalho e outra para a vida fora.

Segundo uma pesquisa feita pelo LinkedIn, um em cada três dos profissionais LGBT+ nos Estados Unidos se fecham no trabalho para evitar discriminação baseada em orientação sexual ou identidade de gênero. Por outro lado, quando as pessoas LGBT+ no mercado de trabalho se sentem livres para ser quem são, relatam que conseguem se relacionar melhor com os colegas da empresa e tem a sensação de tirar um peso dos ombros.

Será que as empresas realmente incluem e respeitam pessoas LGBT+ no mercado de trabalho?

O LinkedIn listou alguns passos aqui para que as empresas se tornem ambientes profissionais mais inclusivos e respeitosos pensando nas pessoas LGBT+, afinal apenas pintar a logomarca com as cores da bandeira do movimento não basta, ainda mais em um contexto em que se demanda cada vez mais transparência e responsabilidade social das instituições públicas e privadas.

Resumindo, é preciso garantir políticas fortes de inclusão e equidade às quais qualquer colaborador tenha acesso e como reportar qualquer situação em que foram violadas. Não bastam estar em um papel e desatualizadas, é preciso colocá-las em prática e ter um processo transparente do que acontece caso haja uma denúncia. As pessoas LGBT+ devem ter sentimento de pertencimento para se sentirem confortáveis em seu ambiente de trabalho e a empresa deve se preocupar em promover e educar todos os funcionários nas questões desta comunidade, por exemplo ensinando sobre uso dos pronomes.

No final, o grande benefício é ter um ambiente onde ninguém sinta medo de ser quem é, além do que é a partir da diversidade que prospera mais inovação, criatividade e, portanto, produtividade.

A realidade do setor de marketing para pessoa LGBT+

Ainda que o Marketing seja um setor, na maioria das corporações plural, inclusivo e jovem, muitas empresas se preocupam com a diversidade e inclusão apenas no mês de Junho e solicitam ao departamento a criação de logos com o arco-íris, campanhas com pessoas da comunidade LGBTQIAP+ e ações promocionais com o raso intuito de lucrar e se mostrar atenta às causas sociais. No entanto, se comunicar não significa ser em sua essência inclusiva e diversa. Apesar do lucro com o pinkmoney, cada vez mais a sociedade fica atenta à construção da marca e sua postura consciente de forma consistente e frequente.

Para além dos logos com arco-íris e propagandas no mês do orgulho, é imprescindível a marca se posicionar ao longo do ano todo. Estruturando políticas em conjunto com ONG’s, destinando verba para projetos LGBTQIAP+, abrindo vagas afirmativas e se comprometendo verdadeiramente a aumentar a representatividade na organização. Para construir um ambiente de trabalho colaborativo, impactando pessoas e o mundo com a sua marca, é preciso ser diverso e não somente mostrar ser.

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